quinta-feira, 17 de maio de 2012

REDAÇÃO PARTE I – GÊNEROS TEXTUAIS E INTERTEXTUALIDADE



ARTIGO DE OPINIÃO: gênero textual com a finalidade de expor um ponto de vista sobre determinado assunto. Assim como a dissertação, ele também é composto de um título, um parágrafo introdutório (introdução) e dos demais parágrafos que irão desenvolver os argumentos apresentados. Para que seu texto transmita credibilidade ao leitor, todos os argumentos apresentados deverão estar pautados em bases sólidas e coerentes. O último parágrafo é a conclusão, no qual ocorrerá o fechamento das ideias expostas anteriormente. Uma das características marcantes do artigo de opinião é a persuasão, em que o autor procura convencer o leitor a aderir à opinião apresentada. Assim sendo, esse gênero textual costuma trazer “descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas”.  A linguagem deve ser objetiva e, muitas vezes, aparecem sinais de interrogação ou exclamação, que provocam o leitor e o leva a refletir e assumir posição favorável ao que está sendo defendido pelo autor. Geralmente é escrito em primeira pessoa, por se tratar de um texto subjetivo, mas pode, também, apresentar-se em terceira pessoa.

CRÔNICA: embora a crônica se utilize de jornais e revistas para se difundir seu objetivo principal não é informar e sim levar o leitor à reflexão. Derivada do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo), a característica principal desse tipo de texto é justamente a sua relação com o fator tempo. Trata-se de uma narrativa de fatos cotidianos, algo que geralmente acontece com muitas pessoas, e esses acontecimentos são relatados com tons de ironia, bom humor e/ou sarcasmo, fazendo com que sejam analisados por outra ótica. A crônica sempre gira em torno de uma realidade social, política ou cultural, cuja interpretação do autor gera uma opinião em tom de protesto ou argumentação. Se a crônica for apenas argumentativa, dispensa-se a narração e, com isso, perdem-se também elementos típicos do gênero como: personagens, tempo e espaço. Ao contrário da narrativa, que conta um fato cotidiano e utiliza-se dos elementos citados, essa outra disserta, ou seja, defende ou mostra outro ponto de vista. A semelhança entre ambas é o caráter social crítico. Embora, algumas vezes, seja semelhante também com outros gêneros textuais como: artigo de opinião, conto e fábula, não podemos confundi-los, pois cada um tem suas características próprias e objetivos de comunicação diferentes.

NOTÍCIA: informa fatos de maneira objetiva apontando suas razões e efeitos. Limita-se apenas a comunicar, informar sobre o fato e não argumentar ou opinar sobre ele. Deve-se pautar em cinco questões essenciais: O que? Onde? Quando? Por que? Quais consequências? A notícia é composta de duas partes: Manchete (tem o objetivo de atrair a atenção do leitor e resume a notícia em poucas linhas – 2 a 3, no máximo) e Texto (narração do fato em questão).

REPORTAGEM: ao contrário da notícia, essa pode aprofundar-se mais fazendo investigações, tecendo comentários, levantando questões, discutindo, argumentando. A reportagem escrita apresenta três partes: Manchete (traz o título da reportagem resumindo a notícia e despertando a atenção do leitor), Lead (pequeno resumo que aparece após o título e instiga o leitor a respeito do assunto) e Corpo (desenvolvimento do assunto com linguagem adequada ao público-alvo). Podemos dizer que notícia e reportagem estão entrelaçadas.

RESENHA: diferentemente do resumo, que faz a síntese de um texto ou obra sem expressar opinião ou crítica, a resenha destina-se a, também fazer uma síntese do conteúdo, mas expondo análise crítica, opinião, interpretação do autor. A melhor forma de se escrever uma resenha é, primeiramente, fazer um resumo do conteúdo e depois revertê-lo para uma crítica. Porém, para se criticar algo, deve-se estar embasado em ideias coerentes e sensatas, caso contrário seu texto não inspira credibilidade. Se não estiver certo do seu ponto de vista, ao invés de chamar sua publicação de resenha, denomine-a como comentário ou fichamento.

INTERTEXTUALIDADE: para começar, vamos pensar no prefixo latino “inter” (entre) referente à noção de relação. Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que Intertextualidade é a relação existente entre dois ou mais textos.  Pode-se elaborar um texto novo a partir de outro já existente e, assim, promover uma espécie de “diálogo” entre eles. A utilização deste recurso na escrita é mais comum do que podemos imaginar. Podemos citar exemplos conhecidos como: Canção do Exílio (Gonçalves Dias) X Hino Nacional Brasileiro (Joaquim Osório Duque Estrada); Coríntios I. 13 – Primeira Carta de Paulo aos Coríntios X Soneto 11 (Luiz Vaz de Camões – 1595) X Monte Castelo (Legião Urbana – 1989); Instantes (*poema de Jorge Luiz Borges – 1986) X Epitáfio (Titãs – 2005) entre outros.

*especula-se que o poema “Instantes”, de autoria creditada a Jorge Luiz Borges, na verdade, foi escrito pela americana Nadine Stair, como uma espécie de testamento da autora que estava à beira da morte. Originalmente o poema tinha o nome de Momentos.

terça-feira, 15 de maio de 2012

CATAVENTO 15-05-2012 (E.E.PEREIRA BARRETO 3º A e 3º F)

SAÍDA PEDAGÓGICA ESCOLA ESTADUAL PEREIRA BARRETO
(CATAVENTO CULTURAL/SP)
15-05-2012


                Participaram da saída pedagógica ao Catavento Cultural, pela Escola Estadual Pereira Barreto, um grupo composto por 33 alunos da 3ª série do Ensino Médio (turmas A e F) do período da manhã, acompanhados pelos professores Tatiana Arakaki (Língua Inglesa) e Reginaldo (Física).
                A saída ocorreu pontualmente as 07h00min e o retorno as 12h05min. De acordo com o nosso cronograma de visitação nos foram apresentadas três sessões, com permanência de 30 a 40 minutos:
- Engenho;
- Astronomia;
- Lego.

                Na sessão de Engenho os alunos puderam aprender um pouco mais sobre os conceitos da Física vistos em sala de aula como eletromagnetismo, funcionamento das usinas hidrelétricas, funcionamento da pilha, Terceira Lei de Newton (ação e reação) e como o movimento pode gerar energia. Várias atividades práticas envolvendo a participação dos estudantes e dos professores foram realizadas.
                Passando para a sessão de Astronomia foi possível conhecer um pouco mais sobre o nosso sistema solar, as constelações que fazem parte dele, incluindo as constelações zodiacais. Utilizando um programa chamado “estellarium” (disponível para download em: http://www.stellarium.org/pt/), a instrutora nos apresentou toda a constelação zodiacal e, pela data de nascimento, realizou pesquisas sobre os signos de cada integrante do grupo, com o objetivo de nos informar que devido à mudança em relação à posição do sol, os signos de algumas pessoas poderiam sofrer alterações. Aliás, este assunto foi o que mais chamou a atenção do grupo, pois todos queriam realizar a pesquisa. Também nos foi apresentado algumas curiosidades a respeito do Sol: seu tempo de vida útil (4 bilhões de anos) e as mudanças que estão ocorrendo em sua superfície e saber como acontecem as auroras boreais.
                A terceira e última sessão foi destinada ao Lego (jogo de peças para montar) e contou com a participação coletiva dos alunos e professores. Divididos em pequenos grupos de quatro pessoas, tivemos que construir um ventilador utilizando peças de Lego. Em seguida, um representante de cada grupo deveria expor o instrumento construído relatando as dificuldades encontradas pela equipe no processo de montagem e quais suas vantagens e utilidades para os usuários. Após a apresentação dos grupos, a instrutora explicou a como o jogo vem sendo utilizado na área da ciência, mais precisamente na Robótica, e fez algumas explanações acerca das formas de produção de energia (eólica, elétrica, nuclear e solar), as vantagens e desvantagens de cada uma citando exemplos práticos.
                Em todas as sessões os alunos tiveram momentos de muita interação, o que facilita o processo de aprendizagem e instiga a curiosidade levando-os a se aprofundar nos diversos assuntos abordados. Com relação à recepção e ao atendimento, desde a equipe de visitação que nos recebeu na chegada até os monitores de cada sessão, concordamos que foi plenamente satisfatório. Tivemos total atenção durante todo o tempo de percurso e a foto, tirada logo na entrada do museu, com todos os alunos e professores, foi um momento muito especial para todos. E poder trazer essa foto impressa, distribuída individualmente a cada integrante, foi algo que nos surpreendeu. Estão de parabéns!






























sexta-feira, 11 de maio de 2012

ORIENTAÇÕES PARA O SEMINÁRIO - MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS


SEMINÁRIO – MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS
Apresentação:  1º grupo – dia 29-05 na 1ª aula (capítulo 1 a 15)
                               2º grupo – dia 29-05 na 2ª aula (capítulo 16 ao 48).


Prepare sua apresentação seguindo as orientações abaixo:


1 – Identifique durante a leitura dos capítulos:
A)     Quem são os personagens principais da história e quais suas características mais marcantes;

B)      Quais os personagens secundários (aqueles que só aparecem em determinadas partes do livro) e qual a importância deles na história;

C)      O tempo em que se passa a história;

D)     O local onde se passa a história;

E)      Traços do Romantismo presentes na obra.
2 – Após a etapa 1:
A)     Faça um breve resumo sobre os capítulos lidos (não precisa fazer capítulo por capítulo, leiam e depois agrupem todos num único resumo). Este texto servirá de base para sua apresentação e ajudará a compreender melhor a história.

B)      O grupo deverá expor para a classe suas conclusões a respeito da obra, focando nos seguintes itens:
*sua importância para a Literatura Brasileira;
*semelhanças entre a obra e os dias atuais;
*aspectos que mais chamaram atenção na obra;
*o que mais dificultou o entendimento geral da história.

3 – Orientações gerais para as apresentações:
1)      Cada grupo terá 20 minutos para apresentar seu seminário, podendo ter um acréscimo de até 5 minutos, caso não haja tempo para fazer a exposição completa;

2)      Todos os integrantes deverão ter um momento de fala;

3)      Poderão levar o texto escrito para a apresentação, mas devem ler o mínimo possível. Procurem falar com as próprias palavras!

4)      A conclusão poderá ser exposta por apenas uma pessoa ou o grupo pode se dividir para que todos falem;

5)      Ao final da apresentação, o texto escrito deverá ser entregue para a professora contendo os nomes de todos os componentes.

IMPORTANTE: embora o trabalho seja em grupo, o desempenho individual também será avaliado, portanto, todos devem se dedicar ao trabalho!

ORIENTAÇÕES PARA TEATRO - MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS


TEATRO – MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS
Apresentação:  1º, 2º grupo – dia 30-05 na 4ª aula
                               3º, 4º grupo – dia 31-05 na 1ª aula
                              


Prepare sua apresentação seguindo as orientações abaixo:


1 – Escolham, no máximo, 2 capítulos para serem encenados;

2 – As apresentações serão feitas na ordem em que os capítulos aparecem no livro, portanto, combinem entre os grupos para que não hajam capítulos repetidos ou fora de sequência;

3 - Escolham os personagens e dividam as falas. Cada personagem deve estar explícito ao público;

4 – Mantenham os nomes dos personagens e as informações originais;

5 – O improviso é permitido e muito bem vindo, desde que tenha relação com a obra;

6 – Gírias e expressões populares poderão ser adaptadas para o linguajar atual, desde que mantenham o mesmo sentido;

7 – Se necessário, cada grupo poderá escolher um narrador, desde que não comprometa a cena;


Orientações gerais para as apresentações:
1)      Cada grupo terá 20 minutos para apresentar a peça, podendo ter um acréscimo de até 5 minutos, caso não haja tempo para fazer a exposição completa;

2)      Todos os integrantes deverão ter um momento de fala;

3)      Caso o grupo queira levar o roteiro para a apresentação, este deverá ser fixado em algum lugar de fácil acesso para o ator, mas NÃO deverá ficar na mão dele durante a peça. Se esquecer o texto, IMPROVISE!

4)      Ao final da apresentação, todos os integrantes devem se apresentar ao público dizendo o nome e qual o personagem foi interpretado;

5)      Caso o grupo produza o roteiro para a peça, este deverá ser entregue ao final da apresentação, contendo os nomes dos integrantes;


IMPORTANTE: embora o trabalho seja em grupo, o desempenho individual também será avaliado, portanto, todos devem se dedicar ao trabalho!

ROMANTISMO NO BRASIL E AS TRÊS GERAÇÕES


ROMANTISMO NO BRASIL
*Forte influência de França e Portugal;

* BRASIL (1836) – publicação da obra Suspiros Poéticos e saudade (Gonçalves de Magalhães) é considerada o marco inicial do Romantismo no Brasil;

*Movimento anticolonialista e antilusitano (rejeição à literatura produzida na época colonial, devido ao apego dessa produção aos modelos culturais portugueses);

*Projeto de construção de uma identidade nacional. Uma das características marcantes de nosso Romantismo é o nacionalismo, que busca explorar possibilidades como indianismo, regionalismo, pesquisa histórica, folclórica e linguística, além das críticas aos problemas nacionais;

*Gonçalves Dias e José de Alencar fizeram parte desse projeto de independência artístico-cultural. Ambos dedicaram-se à criação do mito do bom selvagem brasileiro, idealizando índios heroicos e adoráveis em meio à nossa bela natureza.

AS GERAÇÕES DO ROMANTISMO NO BRASIL

Basicamente são três as gerações de escritores românticos e englobam, principalmente, os autores da poesia. Os romancistas não pertencem a essa divisão, pois suas obras podem apresentar traços de mais de uma geração. São elas:

·         Primeira Geração: indianista, nacionalista e religiosa.
*Índio como herói;
*Saudosismo, visão da natureza como paraíso e manifestação divina;
*Principal representante: Gonçalves Dias (1823 – 1864)
- Obras: Primeiros Cantos e Os Timbiras
- Poemas: “O Leito de Folhas Verdes”, “I – Juca-Pirama”, “Ainda uma vez – Adeus”.
·         Segunda Geração: Ultrarromântica ou “mal do século”.
*Egocentrismo exacerbado, pessimismo, satanismo, individualismo e atração pela morte;
*Poesia noturna e subjetiva;
*Excesso de sentimentalismo, de imaginação, de erotismo, de autopiedade;
*Conhecida também como geração byroniana (influência do escritor inglês Lord Byron –século XIX, cujas obras eram carregadas de pessimismo, melancolia e subjetivismo, uma das mais conhecidas é Don Juan, que ficou inacabada devido sua morte iminente);
*Principal representante: Álvares de Azevedo (1831 – 1852)
- Obras: Lira dos Vinte Anos e Noite na Taverna
- Poemas: “Ideias Íntimas”, “Lembranças de Morrer”, “Se eu Morresse Amanhã”.
·         Terceira Geração: condoreira.
*Poesia de cunho político e social (condoreira);
*Poesia descritiva da natureza, poesia lírico-amorosa;
*Temas condoreiros: abolição da escravatura, guerra do Paraguai, progresso urbano e intelectual;
*Poemas amorosos de madura sensualidade;
*Principal representante: Castro Alves (1847 – 1871)
- Obras: Espumas Flutuantes e Os Escravos
- Poemas: “O Navio Negreiro”, “Vozes da África”, “O Livro e a América”, “Adormecida”.
                Outros escritores com produções figurando em diferentes gêneros também fizeram parte do Romantismo brasileiro:
  • Na lírica: Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire, Castro Alves e Sousândrade;
  • Na épica: Gonçalves Dias e Castro Alves;
  • No romance: José de Alencar, Manuel Antonio de Almeida, Joaquim Manuel de Macedo, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay, Franklin Távora;
  • No conto: Álvares de Azevedo;
  • No teatro: Martins Pena, José de Alencar, Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo.
*Nos concentraremos nos autores sublinhados.

Referência Bibliográfica:

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português linguagens. 7ªed. São Paulo: Saraiva 2010. Vol.2.p.58-59.

SAVIOLI,Francisco Platão; TEIXEIRA, Ivan Prado. Anglo: ensino médio: apostila caderno. São Paulo: Anglo, 2001.p.102-103.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Resumo/Resenha: MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS (Manuel Antonio de Almeida)


                 Escrito no século XIX, o clássico de Manuel Antonio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias, antecipa o Realismo no Brasil reunindo tipos marcantes que viviam na época do rei Dom João VI. Trazendo uma linguagem mais coloquial e popular, tudo começa com os pais de Leonardo, que vieram para o Brasil junto com a família real. No navio o pai, Leonardo Pataca, conhece a verdureira Maria da Hortaliça, moça fogosa e namoradeira. No convés, ele pisa no pé dela, que lhe retribui com um beliscão. Assim, ambos passam a se conhecer. Passado um tempo, entre pisadelas e beliscões, Maria engravida e nasce Leonardinho, menino grande, gordinho, esperneador e chorão.
                Já vivendo juntos, ao voltar mais cedo do trabalho, Leonardo encontra a esposa com um amante, que escapa pela janela ao ser surpreendido. O casal briga e Maria foge com o capitão de um navio. A partir daí começam as aventuras de Leonardo, que vai morar com os padrinhos: uma parteira e um barbeiro.
                O padrinho também não era “boa coisa”, pois enganara um homem à beira da morte que confiou a ele toda sua fortuna pedindo-lhe que a entregasse a uma filha. A fortuna nunca foi entregue. (Cap. IX – p.31-32). Eis uma das características realistas presentes no romance.

                Quanto a Leonardinho, nosso protagonista, este tinha um prazer enorme em desobedecer a tudo que lhe era ordenado (Cap. XIII – p.41). Após a morte do padrinho, volta a morar com seu pai. Mas, ao se desentender com sua madrasta, acaba fugindo de casa e indo morar com um amigo. Até no amor era inconstante. Depois de apaixonar-se por Luisinha e perdê-la para José Manoel, um espertalhão caça-dotes (Cap. XXXII – p.93 e Cap. XXXV – p.100), Leonardo apaixona-se por Vidinha, que o corresponde. Violeira, cantora de modinhas (Cap. XXXI – p.89) e ciumenta até não poder mais (Cap. XXXIX – p.108-109), Vidinha morava na mesma casa do amigo que o acolheu.
O tempo passa e, após muitas idas e vindas, a decepção com Vidinha e o fim do casamento de Luisinha e José Manoel, Leonardinho e Luisinha finalmente se casam.

                Neste romance de Manuel Antonio de Almeida, não existem personagens idealizados. Ao mostrá-los com mais defeitos do que qualidades, o autor denuncia as diferenças sociais e o caráter imoral dessa gente. O fato de um anti-herói, rei da mentira e da malandragem, acabar se tornando um Sargento de Milícias é, no mínimo, irônico. Mais do que isso, a caricatura e o sarcasmo, adotados pelo autor, criticam a falsidade da religião, os interesses matrimoniais, o abuso das autoridades policiais e a vadiagem como meio de vida.

                Ainda hoje a situação não mudou muito. Memórias de um Sargento de Milícias traz, de certo modo, as “raízes” do povo brasileiro com seu “arranjar-se”. O malandro é um dos tipos mais populares da Literatura Brasileira. Figura adorável para uns, desprezível para outros, contraditória e surpreendente. Leonardo é o personagem precursor de outros personagens de caráter duvidoso como Brás Cubas, de Machado de Assis, e Macunaíma, de Mário de Andrade.

                Embora contenha vários elementos realistas o romance foi escrito durante a época romântica e, por esse motivo, traz muito de suas características, o que o torna um romance romântico. O próprio título e a frase inicial do livro (“Era no tempo do rei”) já remete o leitor ao saudosismo, seja do protagonista ou do próprio autor, a um tempo anterior. Outros elementos característicos do Romantismo também devem ser considerados, como a fuga, o exagero e o verdadeiro amor. A valorização da malandragem e, mais especificamente, do “jeito malandro” acaba por criar um herói brasileiro, que não tem capa e espada, mas tem um bom coração e vence seus desafios. Em toda travessura praticada por Leonardo, este nunca quis mal a ninguém, tinha, sim, o gosto pelo jogo, pela disputa. Surgia na obra um sentimento nacionalista, típico do Romantismo.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

RESUMO: “O Juiz de Paz da Roça”




O texto de Martins Pena, “O Juiz de Paz da Roça”, relata, de forma teatral, uma história hilária: Francisco Antonio, “nascido em Portugal, porém brasileiro”, procura o Juiz de Paz da província para denunciar seu vizinho, José da Silva, que estava de posse do filhote da égua pertencente a sua esposa, Rosa.
O caso tem início quando a égua, que havia sido entregue como dote de casamento à Rosa, tem um filhote do cavalo que era de propriedade de José da Silva, seu vizinho. Alegando que o pequeno animal nascera malhado como seu cavalo, José da Silva pede ao Juiz que lhe dê a posse do filhote. Francisco Antonio, marido de Rosa e, portanto, também proprietário da égua, defende que os filhos pertencem muito mais às mães e, assim sendo, o potro deve ficar de posse dele e de sua esposa, já que a égua os pertence.
Diante disso, o Juiz recusa o pedido de José da Silva, dando posse do animal ao casal. Mas o vizinho, indignado, contraria a decisão da justiça e diz que vai entrar com pedido de revisão do processo perante o Presidente. O Juiz, fazendo uso de sua autoridade, ameaça mandar prender o pobre homem, que acaba acatando a decisão judicial e resolve abrir mão do filhote entregando-o ao vizinho Francisco Antonio.
Em “Juiz de Paz da Roça”, Martins Pena retrata a desigualdade entre pobres e ricos mostrando, de forma satírica, a atuação da justiça em lugares de poucos recursos, como as regiões rurais, e denuncia o abuso de poder exercido por algumas autoridades sobre os mais humildes.
Por: Professora Tatiana Arakaki de Lima – Língua Portuguesa



Referência Bibliográfica:

MARTINS PENA, Luis Carlos. O Juiz de Paz da roça. Disponível em: Caderno do Aluno Linguagens, Códigos e suas tecnologias: Língua Portuguesa. Ensino Médio 2ª série - Vol.1. Leitura e Análise de Texto. p.6-7.